sábado, 14 de julho de 2018

O encontro

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Naquele tempo, João estava de novo com dois de seus discípulos e, vendo Jesus passar, disse: 'Eis o cordeiro de Deus'.
Ouvindo essas palavras, os dois discípulos seguiram Jesus. Voltando-se para eles e vendo que o estavam seguindo, Jesus perguntou: 'O que procurais?' Eles disseram: 'Rabi, onde moras?' Jesus respondeu: 'Vinde ver'. Foram pois ver onde ele morava e, nesse dia, permaneceram com ele. Era por volta das quatro da tarde.
André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que ouviram as palavras de João e seguiram Jesus. Ele foi logo encontrar seu irmão Simão e lhe disse: 'Encontramos o Messias'. Então André conduziu Simão a Jesus. Jesus olhou bem para ele e disse: 'Tu és Simão, filho de João; tu serás chamado Cefas'. (Jo 1,35-42)
"Na vida de cada homem há um dia, uma hora que deixa uma lembrança inesquecível. 'Eram aproximadamente quatro horas da tarde', relembra João, quando encontraram Jesus. Encontro que marcou uma reviravolta decisiva em suas vidas: o chamado pessoal da parte de Deus para a missão particular. Deus faz suas escolhas sem olhar para patrimônio, dotes e qualidades pessoais, até mesmo escolhe paradoxalmente os fracos, os pobres 'os ignorantes do mundo para confundir os sábios' (1Cor 1,27). Às vezes chama de modo impetuoso, quase violento, como a Paulo derrubado no caminho de Damasco; outras vezes o faz de maneira simples e persuasiva, como o convite feito aos dois discípulos de João Batista. As mais das vezes Deus, para chamar uma pessoa, vale-se da mediação humana, como o Batista para André e João, ou como André para seu irmão Simão. Levar para Cristo é a missão de todo cristão que quer trabalhar a serviço do reino. Esta missão, tão urgente hoje pela falta de vocações, requer um testemunho vivo de ter 'encontrado' Jesus." (Missal, p. 133)


Para a tradição de onde viemos, o encontro pessoal com Cristo é o ponto de partida necessário e fundamental, onde a aventura com Ele começa. Cristo sempre vem ao nosso encontro e Se apresenta de modo inconfundível e pessoal, através de modos, no mais das vezes, muito criativos. Para conhecê-Lo é preciso encontrá-Lo. Só quem faz a experiência de encontrá-Lo sabe o que é amar Jesus. Como só a experiência de abraçar alguém nos permite conhecer o que é um abraço.
Por isso, este trecho do evangelho era um dos que mais fascinava Don Luigi Giussani e que ele mais amava e citava com frequência. Pensando agora, depois de muito tempo, é evidente que esse encontro e série de encontros que passam de mediador a mediador, representa o coração que palpitava em Don Giussani.
Toda a sua vida se consumiu (espiritual e fisicamente) para que o maior número de pessoas pudesse encontrar Jesus. Tudo o que fazia e o modo como se movia tinha como objetivo permitir que o máximo de pessoas pudesse encontrar Jesus. Dizia muitas vezes para nos oferecermos em sacrifício para que os homens pudessem conhecê-Lo, e no mais deixava à providência divina. Como afirma um trecho da escritura que ele escolheu para ser lido na hora média de sábado (onde acontece a maior parte dos eventos): 'É Deus quem faz crescer'.
Não há nada melhor na vida do que encontrar Jesus.

Notas
[*] Detalhe de Discepoli di Emmaus, de Duccio Boninsegna (Siena).

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