No último dia 6 de junho, o jornal O Estado de São Paulo publicou, em sua sessão "Opinião", um texto do jornalista Carlos Alberto di Franco, intitulado "Crime não escolhe classe". O autor, partindo de uma discussão sobre o "mapa do crime", afirma que, na verdade, é preciso buscar sua causa e uma solução para ele, ao invés de continuar insistindo na mera constatação sociológica de sua presença neste ou naquele extrato da vida social. Propomos a leitura desse artigo como um subsídio a mais para se pensar o tema que propusemos em nosso último post - "Educação para a liberdade: um desafio para o Brasil".
Por Carlos Alberto di Franco
Engana-se quem pensa que tráfico de drogas é exclusividade dos morros, das favelas e das periferias excluídas. Crimes, vandalismo, espancamento de prostitutas, incineração de mendigos, consumo e tráfico de drogas despertam indignação e perplexidade. O novo mapa do crime transita nos bares badalados, vive nos condomínios fechados, estuda em colégios e universidades da moda e desfibra o caráter no pântano de um consumismo descontrolado. Frequentemente, operações policiais prendem jovens de classe média vendendo ecstasy, LSD, cocaína, maconha. Segundo a polícia, eles fazem a ligação entre os traficantes e os vendedores de drogas no ambiente universitário.
O tráfico oferece a perspectiva do ganho fácil e do consumo assegurado. E a sensação de impunidade - rico não vai para a cadeia - completa o silogismo da juventude criminosa. A delinquência bem-nascida mobiliza policiais, psicólogos, pais e inúmeros especialistas. O fenômeno, aparentemente surpreendente, é o reflexo de uma cachoeira de equívocos e de uma montanha de omissões. O novo perfil da criminalidade é o resultado acabado da crise da família, da educação permissiva, do consumismo compulsivo e de setores do negócio do entretenimento que se empenham em apagar qualquer vestígio de novas ou valores.
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