Recentemente houve um Encontro intereclesial das Comunidade Eclesiais de Base (CEBs) que terminou por levantar uma questão fundamental para a Igreja no Brasil: em que medida os membros da Igreja, sobretudo seus sacerdotes e bispos, devem se envolver com um partido político em particular?
Em primeiro lugar, é preciso dizer que a Igreja é feita de homens e mulheres que vivem e têm diferentes visões de mundo e, por isso, saudavelmente, deve agregar e abraçar visões plurais entre seus membros.
Mas há ainda outra questão: o quanto um dado partido político se aproxima ou se afasta das questões fundamentais que estão descritas em documentos oficiais da Igreja como a série de documentos que compõem a Doutrina Social da Igreja, e que devem servir de referência para todos os seus filhos, os da ala da “esquerda” e os da ala da “direita”?
Sem a referência explícita e a preocupação de educar-se através do conhecimento destes documentos, pode-se falar apenas de opiniões particulares e pessoais.
A Doutrina Social da Igreja (DSI) fala da valorização da vida desde a concepção até à morte e recusa o aborto, fala do respeito à natureza do ser humano como Deus o criou e não da ideologia de gênero, fala da liberdade do indivíduo e da necessidade de reforçar a sociedade civil e de sua precedência ao Estado.
É evidente a importância de se combater a enorme desigualdade social que existe no Brasil, mas afirmamos, como católicos, e com decisão, que antes de outros referenciais teóricos como o marxismo, a luta de classes ou a ideologia de gênero, é preciso conhecer e ensinar a DSI, que considera acima de tudo o ser humano em sua transcendência e não o reduz a uma série de mecanismos sociais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário