sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Refugiados e perseguidos: os mártires de hoje

[*]

No último dia 6 de agosto, o Papa Francisco enviou, pelas mãos de Dom Nunzio Galantino, uma carta ao Vigário Patriarcal para a Jordânia, Dom Maroun Lahham. Nela, Francisco se une ao sofrimento dos refugiados e dos perseguidos do Oriente Médio.

Carta do Santo Padre Francisco
ao Bispo Auxiliar de Jerusalém dos Latinos,
Vigário Patriarcal para a Jordânia,
sobre a situação dos refugiados [1]

Ex.a Rev.ma Dom Lahham,
Caro irmão,
Aproveito a visita à Jordânia de S. Ex.a Dom Nunzio Galantino, Secretário Geral da Conferência Episcopal Italiana, para alcançar com uma palavra de esperança aos que, oprimidos pela violência, foram obrigados a abandonar suas casas e sua terra.
Várias vezes quis dar voz às atrozes, desumanas e inexplicáveis perseguições de quem, em tantas partes do mundo – e sobretudo entre os cristãos –, é vítima do fanatismo e da intolerância, frequentemente sob os olhos e o silêncio de todos. São os mártires de hoje, humilhados e discriminados pela sua fidelidade ao Evangelho. A minha lembrança, que se torna apelo solidário, quer ser o sinal de uma Igreja que não se esquece e não abandona os seus filhos exilados por causa de sua fé: saibam que uma oração cotidiana se levanta por eles, junto com o reconhecimento do testemunho que nos oferecem.
O meu pensamento também se volta para as Comunidades que souberam encarregar-se desses irmãos, evitando olhar para outro lado. Vós anunciais a ressurreição de Cristo com a partilha da dor e a ajuda solidária que prestais às centenas de milhares de refugiados; com o vosso inclinar-vos sobre seus sofrimentos, que riscam de sufocar-lhes a esperança; com o vosso serviço de fraternidade, que lança luz até mesmo sobre momentos tão escuros da existência.
O Senhor vos recompense, como só Ele pode fazer, com a abundância de Seus dons.
Por sua vez, possa a opinião pública mundial estar sempre mais atenta, sensível e partícipe diante das perseguições feitas aos cristãos e, mais em geral, às minorias religiosas. Renovo a esperança de que a Comunidade Internacional não permaneça muda e inerte diante de tal crime inaceitável, que constitui um preocupante desvio dos direitos humanos mais essenciais e impede a riqueza da convivência entre os povos, as culturas e as experiências de fé.
Por favor, peço-lhe que reze por mim, Ex.a. Que o Senhor o abençoe e Nossa Senhora o proteja,
Fraternalmente
Franciscus

Notas:
[*] Imagem retirada do site Religión Digital.
[1] O presente texto foi traduzido por Paulo R. A. Pacheco, do original italiano publicado pelo site do Vaticano, no dia 6 de agosto de 2015.

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