quinta-feira, 26 de setembro de 2019

A consciência e a Universidade

As histórias conectadas de Henry Newmann, Josef Ratzinger e Sophie Scholl


O ministro da Educação Abraham Weintraub afirmou numa viagem ao Nordeste, que as universidades do Nordeste não deveriam oferecer cursos de sociologia e filosofia. Para ele, as unidades de ensino deveriam priorizar o ensino de agronomia. E noutra ocasião disse que o governo estuda descentralizar investimento em faculdades de filosofia e sociologia (humanas) por elas não terem retorno imediato e não gerarem renda e bem-estar para as famílias brasileiras (26 de abril de 2019). A visão veiculada pelo ministro parece focar a função da Universidade na formação profissional, mas desconsidera uma das mais importantes missões da Universidade, função pela qual são essenciais disciplinas como filosofia, história, literatura, sociologia, etc..: a formação das consciências.
A formação da consciência é o centro da concepção de universidade de um grande intelectual católico inglês H. Newman (1801-1890), fundador da Universidade católica da Irlanda, (que entre outros será canonizado no dia 13 de outubro pelo Papa Francisco), expressa em conferências proferidas em 1851 e reunidas num livro chamado “A ideia de Universidade”.
Segundo a tese do livro de Newman, houve um gradual deslizamento da concepção da Universidade: da universitas scientiarum (conjunto universal de todo o conhecimento) medieval chegou-se à universidade do século XXI, tida como provedora do mercado de trabalho. Newman, ao pressentir o problema buscou recuperar e atualizar a concepção original de Universidade, formulando-a como um lugar onde se ensina um conhecimento universal e onde se forma a consciência das pessoas segundo um ideal de liberdade. A Universidade é uma comunidade composta por professores, pesquisadores e alunos que, embora estudem ciências diferentes, se beneficiam desse convívio: um habitat comum, familiar. Por isto, a Universidade medieval era chamada também de alma mater, ou seja, “mãe carinhosa”. Nesse ambiente, o aluno vive inserido em uma tradição intelectual e forma uma posição humana que durará toda a vida, cujos atributos são elencados por Newman no Quinto Discurso contido no livro: a liberdade, a equidade, a calma, a moderação e a sabedoria. Assim, a posse de um conhecimento deve proporcionar uma experiência de “satisfação” para a pessoa, pelo fato de forma-la para a fruição da verdade, do bem, da beleza, da justiça. Por isso, segundo Newman, no âmbito universitário deve-se falar não em instrução, mas em educação O conhecimento que mais propriamente serve de fundamento para a satisfação dessas exigências da razão humana é o filosófico; sendo este indispensável componente da formação universitária. No saber filosófico, ocorre aquele processo de aprendizagem pelo qual o intelecto, ao invés de ser formado em um propósito particular ou acidental, como, por exemplo, as habilidades e competências necessárias para dada profissão, ofício, estudo ou ciência específicos, é dirigido para a apreensão do seu objeto próprio, ou seja, a compreensão das coisas assim como elas são. No Discurso n XXX, Newman afirma que esse tipo de estudo “remove a obscuridade do olho da mente; fortalece e aperfeiçoa sua visão; capacitá-la a olhar fora no mundo diretamente adiante, firme e verdadeiramente; dá à mente clareza, exatidão, precisão; capacitá-la a usar as palavras corretamente, a entender o que cada uma diz, a conceber com justeza o que pensa, a abstrair, comparar, analisar, dividir, definir, e raciocinar, corretamente”. Em suma, aptidões essas, todas importantes para a vida cotidiana das pessoas e das sociedades. Além do mais, continua Newman, a universidade é o lugar do pluralismo, “o lugar onde mil escolas fazem contribuições; onde o intelecto pode em segurança vaguear e especular, certo de encontrar seu igual em alguma atividade antagonista, e seu juiz no tribunal da verdade. É um lugar onde a investigação é empurrada para frente, e as descobertas verificadas e aperfeiçoadas, e a precipitação se torna inócua, e o erro é exposto, pela colisão de mente com mente, e conhecimento com conhecimento”. É o lugar “onde o professor se torna eloquente, e é um missionário e um pregador, exibindo sua ciência em sua mais completa e vitoriosa forma, derramando-a com o zelo do entusiasmo, e acendendo o seu próprio amor por ela no peito de seu ouvinte”.
Desse modo, segundo Newman, a Universidade contribui para aumentar o nível intelectual médio da sociedade. Ela inspira a mentalidade, forma o gosto, propõe princípios, contribui para um melhor exercício do poder político e proporciona o intercâmbio pessoal e a reflexão sobre as opiniões e juízos.
Esse potencial da vida universitária enfatizado por Newman ecoou no coração de alguns jovens universitários seus leitores na Alemanha à época do nazismo.
O jovem Joseph Ratzinger passou pelos horrores da Alemanha nazista e viu os efeitos devastadores do nacional-socialismo nas consciências de seus concidadãos alemães. Quando entrou no seminário, em 1946, a catástrofe alemã era evidente: como isso poderia ter acontecido?  Perguntavam-se entre si professores e alunos. Felizmente, eles tinham os escritos de Newman, pois suas obras mais importantes haviam sido traduzidas para o alemão entre as guerras. Relembrando esse período em 1990, o cardeal Ratzinger observou: "A doutrina de Newman sobre a consciência (...) atraiu a todos nós com seu fascínio. (...) Tínhamos experimentado a reivindicação de um partido totalitário, que foi concebido como a plenitude da história e que negava a consciência do indivíduo. Hermann Göring havia dito sobre seu chefe: "Não tenho consciência! Minha consciência é Adolf Hitler ”. A imensa ruína do homem resultante disso estava diante de nossos olhos. Portanto, era um fato libertador e essencial para nós sabermos que o "nós" da Igreja não se baseava na eliminação da consciência, mas poderia desenvolver-se apenas a partir da consciência».
Outros jovens universitários a ele contemporâneos, Hans e Sophie Scholl, foram tocados pela posição de Newton através das aulas de um docente, filósofo e historiador da cultura Theodor Haecker. Haecker traduziu sete obras de Newman e, em várias ocasiões, leu trechos deles durante as reuniões ilegais secretas convocadas por Hans Scholl para seus amigos, reunidos num movimento chamado de Rosa Branca. Além disto esse professor levou aqueles jovens a ler a literatura e filosofia alemã, e comparar com o discurso do Hitler, para verificar se efetivamente este expressara o espírito de seu povo. E aqueles jovens verificaram então a falácia do nazismo. Sophie Scholl foi uma das iniciadoras do movimento de resistência Rosa Branca, ao lado do irmão Hans, três anos mais velho, e de outros universitários e intelectuais. A partir do verão de 1942, o grupo passou a conclamar a população, em panfletos que surgiam em diferentes cidades, à resistência pacífica contra o regime de Hitler. A 18 de fevereiro de 1943, Sophie, Hans e seu amigo Christoph Probst distribuíam um novo panfleto — o sexto de sua autoria — pelos corredores da Universidade de Munique, onde estudavam, quando chamaram a atenção de um zelador. Presos, os três jovens foram julgados e condenados à morte quatro dias mais tarde. Apenas três horas após o pronunciamento da sentença, morreram decapitados. Sophie tinha 21 anos ao ser executada,
Quando o noivo de Sophie, um jovem chamado Fritz Hartnagel, foi convocado no exercito da Frente Oriental em 1942, o presente de despedida de Sophie foram dois volumes dos sermões de Newman. Dentre eles, um dos sermões "The Witness of Conscience" onde ele explica que a consciência é um eco da voz de Deus que ilumina para cada pessoa a verdade moral em circunstâncias precisas. Cada um de nós, diz Newman, tem o dever de obedecer a uma consciência correta antes e além de todas as outras considerações. Perguntada pela Gestapo em fevereiro de 1942, Sophie disse que foi sua consciência cristã que a forçou a se opor ao regime nazista de maneira não violenta. Como seu irmão, ele encontrou em Newman e em outros autores cristãos os recursos e a inspiração para entender o significado do mundo demoníaco no qual ele se viu imerso.
É provável que as palavras finais do quarto folheto da Rosa Branca tenham sido escritas sob a influência de Newman: "Não vamos ficar calados, somos a voz da sua má consciência". (1)
As histórias desses jovens universitários mostram a importância dos estudos de matérias como filosofia, literatura, etc..para a formação da consciência das novas gerações. O que teria sido deles, se suas consciências não tivessem recebido esses alimentos?
Sem o ensino da filosofia, da literatura e das Humanidades (hoje ameaçadas de serem considerados saberes de subcategoria e retirados do ensino universitário), será mais fácil nos tornarmos meros instrumentos nas mãos dos poderosos e dos totalitarismos que ainda hoje ameaçam nosso mundo buscando nos reduzir a meros executores de ordens e compradores/consumidores de produtos.

Referências

Newman, J. H. (1973), The Idea of a University. Oxford: Oxford University Press.
(1) Um docente do Magdalen College School, em Oxford, Paul Shrimpton, relata a história num livro lançado recentemente Conscience Before Conformity: Hans e Sophie Scholl.

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Uma esperança que não morre





  
Por Luigi Giussani

Wolfgang Amadeus Mozart
Concerto para piano e orquestra n. 20, K 466 1


Estuda-se bem aquela música que entra como por osmose na nossa alma e não aquela que se estuda com a batuta (dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, dó). Que caminho infinito, que caminho longo, que trajeto sem fim, cheio de pedras, deve percorrer 99% das pessoas do mundo para chegar à ternura da inflexão musical do viver – e, assim, da percepção de si e dos relacionamentos –, da qual o Concerto n. 20 para piano, de Mozart, é o maior exemplo que temos na história.

Mas de onde nasce esse sentimento de si e da existência tão ardente, vivo e, ao mesmo tempo, tão comovido?

Experimentalmente, é mesmo verdade que a atividade original do homem é reconhecer e constatar. Não há nada mais intenso do que a atividade de alguém que, com os olhos arregalados, olha um quadro ou um rosto que lhe agrada; não há nada mais entusiasmante, mais concentrado, mais vibrante, quer dizer, mais ativo. Creio que a criação artística não seja mais do que isso. Aliás, a criação artística – a meu ver – depende disso, é uma trabalhosa resultante disso, porque a moralidade é “tender para”. “Tender para” quer dizer afirmar um Tu, é a suprema gratuidade que faz abraçar tudo.

Reduzir-se a ouvir a proibição ou a respeitar uma lei sem tender a surpreender o pressentimento da posse de algo maior é como o solfejo. Quando, ao invés, se vislumbra o segundo nível, como neste concerto de Mozart… é uma coisa do outro mundo. Você se torna melhor. Assim, mesmo na dramaticidade, a certeza e a letícia, a alegria e a paz constituem o sentimento predominante que o homem tem de si.

A Beleza é o nexo entre o presente e o eterno, por isso o presente é sinal do eterno, é o início do eterno, é experiência inicial do eterno, por isso o gosto da vida começa a palpitar com certa nota inconfundível, a nota do permanente: a justiça, o amor. Em uma palavra: a exigência de satisfação total, a exigência de realização do eu (é somente por causa de uma presença alegre que o nosso coração se torna, por sua vez, alegre: por nossa conta, a felicidade não pode florescer em nós). É esta a tensão interior que vibra na melodia tão fascinante, tão comovente, tão humana e tão divina, porque canta uma esperança que não morre.


Nota : [1]  CHIERICI, Sandro; GIAMPAOLO, Silvia (orgs.). Spirto gentil: um invito all’ascolto dela grande musica guidati da Luigi Giussani. Milão: BUR Rizzoli, 2011, p.63-64. Traduzido sem revisão dos autores por Fábio Henrique Viana.

domingo, 1 de setembro de 2019

A questão da autonomia universitária



Por que se está discutindo a questão da autonomia universitária? A Constituição de 1988 estabeleceu a autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial das universidades dessa forma:
a autonomia da universidade é assim o poder que possui esta entidade de estabelecer normas e regulamentos que são o ordenamento vital da própria instituição, dentro da esfera da competência atribuída pelo Estado, e que este repute como lícitos e jurídicos.

Diante da crise estrutural atual, o plano Futura-se do MEC propõe formas de autonomia financeira que, todavia, poderiam acarretar a perda da autonomia didático-científica, por exemplo. Com efeito, o Futura-se ao propor que os recursos privados sejam a principal fonte de financiamento das instituições federais de ensino superior, em especial das universidades, substituindo, em grande medida, o financiamento estatal que hoje sustenta essas instituições, poderia eliminar a liberdade das universidades, submetendo-as a objetivos particulares das entidades financiadoras. Além disto, haveria o risco de destruir áreas que são aparentemente menos operativas, pois o Futura-se fomentaria a captação de recursos próprios, algo muito difícil para áreas do conhecimento que aparentemente não teriam produtos de imediata utilização social, como as áreas de humanas. Por isso, as formas de financiamento precisam ser desenhadas de modo a respeitar a autonomia universitária e a evitar que financiadores possíveis, por desconhecimento, prejudiquem as universidades.

O problema - autonomia versus financiamento - já foi enfrentado positivamente pelas melhores universidades de outros países. Em muitos desses casos, os principais financiadores são associações de ex-alunos que dão bolsas para até 70-80% dos alunos e financiam projetos de pesquisas nas áreas em que eles se formaram, ou seja, em todas. Não se concebe em muitas das maiores universidades do mundo, como Cambridge por exemplo, que alguém se forme e não dê um pouco de dinheiro regularmente para a universidade que o formou. Há inúmeros ex-alunos que doam até suas heranças para as universidades que os formaram.

Desde a origem das universidades, a contribuição de financiadores privados sempre esteve presente. A percepção que financiadores externos estrangulariam as áreas de humanas poderia ser parcial na medida em que se implementar grande quantidade e diversificação de financiadores potenciais como os ex-alunos. É errado pensar que os financiadores seriam apenas algumas grandes empresas com interesses específicos e lucrativos. Não é isso que acontece lá fora.

Mas há um grande passo a ser dado no Brasil para que isso aconteça, e ele é urgente: é preciso que as pessoas ricas do Brasil, que são justamente as que cursaram, ou tem filhos que cursaram as nossas melhores universidades, reconheçam o valor dessas instituições para si e para o país. É preciso que essas famílias reconheçam que ajudar o financiamento das universidades com cotas e doação dos ex-alunos, significa, em última análise, um benefício que retornará para si mesmas e para seus filhos. É isso que acontece fora do Brasil. É preciso que essas famílias que tem curso superior reconheçam o quanto receberam das universidades que as formaram, ou formaram seus filhos. É preciso mudar a mentalidade de que o dinheiro ganho deve ser gasto exclusivamente consigo mesmas e seus filhos.

O Estadão de dia 30 de agosto de 2019 dedica uma inteira noticiando a iniciativa da UNESP (Universidade do Estado de São Paulo) de criar o Programa Parceiro UNESP para possibilitar a arrecadação de doações de particulares e de empresas para o sustento da instituição1. O reitor relata que o ponto de partida da iniciativa foi a decisão de um empresário, Alexandre Leite Lopes que quis fazer sua doação quando levou a filha,  aprovada no vestibular da Unesp deste ano, para conhecer o campus. Ao ver nesse local  faixas dizendo que os funcionários e docentes da instituição estavam com o décimo terceiro salário atrasado, “ficou muito impactado por aquela situação”, e mandou uma carta para o diretor do curso falando da intenção de doar.

Na mesma página um artigo do Professor Marcus Kisil (USP) descreve as grandes dificuldades criadas para este tipo de iniciativas pelo sistema burocrático brasileiro e pela falta de uma “cultura da doação”. E comenta “O recurso não precisa ser canalizado a uma estrutura do Estado, mas sim servir à res publica desde a ação de cidadãos, como iniciativas de organizações da sociedade civil que atuem em setores específicos. Essas ações, muitas vezes, vêm em apoio à definição e implementação de políticas públicas essenciais, como é a criação de creches e melhoria da educação básica”.  Segundo o docente, também houve o empecilho de “uma interpretação limitada da Constituição de 1988”. Diante do postulado de que “direito do cidadão é dever do Estado”, “normalmente se faz uma leitura ideológica de que o Estado deve ser o único provedor de saúde, educação, cultura. Neste sentido, a cidadania não floresce e os serviços passam a ser uma exigência a ser cumprida pelo Estado. Essa ação reivindicatória leva muitas vezes a uma demora nas ações necessárias, com o deterioro da situação original”.

A iniciativa evidencia a importância de um horizonte cultural, social e político que supere a mentalidade individualista e egoísta que caracterizou historicamente (salvo poucas exceções) as elites brasileiras, sendo ela o empecilho maior para o crescimento do País e para a diminuição das desigualdades sociais, tornando indispensável a intervenção exclusiva do Estado. Da mudança dessa mentalidade depende também o futuro das universidades.

No sentido que foi assinalado por Kisil, a falta de visão dos brasileiros mais ricos de que a universidade é um bem tão importante para todos, a ponto de receber muitas fontes diferentes de financiamento é acompanhada por leis que dificultam e até impedem que pessoas físicas doem dinheiro, e recebam incentivos fiscais para isso. Não se trata de privatizar as universidades públicas. Não é disso que estamos falando. Mas de multiplicar as fontes de financiamento mantendo estas universidades públicas, e mantendo a gratuidade. E não só. Esse financiamento deveria possibilitar a oferta de bolsas para subsistência e a moradia para os alunos mais carentes. Para tanto será importante também a mudança da legislação e conforme assinala Kisil, “uma maior atenção dos poderes públicos federais e também dos governos estaduais, para que percebam o papel do recurso privado em apoiar as causas públicas.

A fuga do problema incentivando a emigração das jovens gerações para países com futuros aparentemente mais promissores é, na verdade, expressão de uma cegueira irracional quanto ao futuro do Brasil; assim como da situação presente no mundo. Por isso, um dos grandes desafios do Brasil é a educação humana e política da população para que não se aliene da vida civil do país.

É neste sentido também que se faz necessário o engajamento da Igreja (sobretudo através dos leigos cristãos) em voltar a se propor como sujeito educativo no âmbito universitário; de modo a, com sua presença, educar alunos, docentes e famílias dos discentes a reconhecer e cuidar do valor da universidade na sociedade brasileira. Mais uma vez retomando a origem da Universidade na Idade Média, precisamos lembrar que seu próprio nome deriva de uma visão de mundo inspirada pelo cristianismo, já que o sentido de universitas vem a coincidir com a etimologia grega do termo “católico” (universal) e já que a própria Igreja medieval estimulou com todas as suas forças o nascimento e o crescimento das universidades nas diversas cidades da Europa.


Somente então, pela presença de sujeitos (pessoas e comunidades) atuantes, que assumam uma responsabilidade pelos rumos da Universidade, a autonomia financeira das universidades proposta pelo projeto Futura-se, ou pelo programa Parceiro UNESP, se tornaria algo viável. Sem sujeitos políticos reais do tipo que descrevemos torna-se apenas um escape do poder político quanto a sua responsabilidade; e um caminho para um ulterior sucateamento e destruição da universidade pública.