De um diálogo entre amigos que se ajudam a viver as circunstâncias presentes com realismo e esperança.
"Ana, é verdade. Esta afirmação continua válida. Mais do que
tudo, esta situação está obrigando a todos a viver de modo diferente, que é uma
oportunidade para parar e pensar como levávamos a vida e o dia a dia, o que
estava no centro - e uma oportunidade para recolocar no centro as coisas mais
verdadeiras. Se você me perguntar, já me peguei por vários momentos olhando meu
dia agora com um certa gratidão curiosa e pacífica, pela oportunidade de viver
certas coisas e de certo modo que não estavam mais no meu horizonte, porque eu
tinha construído uma vida onde elas não tinham espaço.
É claro que há apreensão
pelo futuro, pois a situação objetivamente é de crise, e haverá perdas e
sofrimento, mas precisamos ter fé de que aí se esconderá algo para o destino de
cada um. E mesmo que o amanhã seja diferente da nossa imagem dele - porque esta
situação aguda deixará consequências mais duradouras, eu acho - devemos ter fé
na maior criatividade de Deus, que vê tudo, e que sabe melhor que nós - “uma
sabedoria que não é a nossa” diria Miguel Manara.
Esperar a novidade com
alegria e fé, como descrevia Gustavo Corção na “Descoberta do Outro”. Livres diante de um futuro que
agora, mais do que antes, não terá sido tão completamente engendrado por nós."
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