Basta, meu Deus, basta de tanto sofrimento! Este artigo tem a finalidade de pedir a você, leitor, para rezarmos juntos pelos refugiados. Peçamos a Deus, todos juntos, para que Ele acabe com o sofrimento de tantas famílias de refugiados!
Desfilam, diariamente, diante dos nossos olhos, nos jornais, fotos de crianças, mulheres, homens jovens, idosos que pagam cifras que valeriam o preço de uma casa, um carro, para serem transportados por traficantes para a Europa, ao fugir de suas terras avassaladas pelas guerras, o ódio, a destruição e a perseguição religiosa. Situações desesperadoras desencadeadas por diferentes causas; mas em todas elas agiram interesses econômicos e políticos das grandes potências, que em muitos casos agora assistem quase como espectadores ao desastre que elas próprias desencadearam com suas políticas militares orientadas pela conquista da matéria prima (ex.: os poços de petróleo), como também por suas políticas econômicas armamentistas onde a fabricação e o comércio de armas é item prioritário. Está ficando evidente agora o custo humano, social e cultural de tudo isto. Custo que exige ser assumido pela comunidade internacional corresponsável pela situação que se criou.
Os fugitivos perderam tudo, deixaram trabalho, escola, propriedades, empresas, muitas vezes parentes mortos, brutalmente, diante dos próprios olhos. E fogem, andam a pé, atravessam desertos, mares em barcos superlotados, tendo que pagar para não serem colocados no porão e poderem respirar; e mais recentemente, se arriscam ao atravessar as regiões geladas da Antártida sem roupas adequadas. Buscam liberdade, buscam vida, buscam o direito que todo ser humano tem de existir.
Em número já incontável de vezes, lemos que os traficantes de pessoas os abandonam em barcos à deriva, ou eles mesmo afundam os barcos no meio da travessia. Outras vezes, os barcos soçobram durante o resgate por serem muito frágeis e estarem superlotados. Recentemente vimos caminhões abandonados com refugiados mortos dentro, que estavam ali trancados e não puderam escapar. Outros tentam entrar pelo túnel subaquático que liga a França à Inglaterra, mas têm sido pegos ou atropelados. Uma náufraga que não conseguiu sobreviver, ao ser retirada do mar foi encontrada com o terço na mão: só pode ter havido festa no céu quando ela chegou lá, pois nós cristãos sabemos o fim dos injustiçados deste mundo, que Cristo quis, misteriosamente, abraçar carregando-os consigo na cruz.
Calcula-se que sejam 60 milhões de refugiados. Um número ímpar, mesmo em relação à Segunda Guerra Mundial. Muitíssimos são cristãos, de minorias étnicas ou de várias religiões minoritárias. Não há pobreza maior do que ser um refugiado, carregando as suas famílias e crianças só com a roupa do corpo, e não ter para onde ir, não saber falar a língua, não conhecer ninguém...
Os jornais relatam ainda que o número de mortes tem aumentado porque tem-se elevado as medidas de repressão por parte dos países europeus. A Hungria está construindo um muro na divisa da Sérvia para impedir sua chegada. Recentemente, seu premiê chegou a dizer que a divisa serviria "para preservar o bem-estar da Europa". A Checoslováquia está marcando os imigrantes que lá chegam como se fossem gado. Mais de um milhão dos que conseguiram chegar à Europa, foram expulsos. Vários países decidiram diminuir a ajuda de custo para os que conseguiram legalizar sua situação como refugiados. Alguns países europeus têm colocado soldados armados que agem violentamente contra famílias com crianças de colo que chegam ao seu território. Mas, não é só na Europa. Mesmo no Brasil, a vinda dos haitianos após o terremoto que devastou o seu país, tem encontrado muitas hostilidades. Recentemente alguém atirou em vários deles.
A Europa envelhece, falta mão-de-obra, o número de nascimentos só diminui com o maciço controle de natalidade, que inclui milhares de aborto. E assim, o número de europeus encolhe a cada ano. Analistas dizem que a Europa precisa de imigrantes para financiar a aposentadoria e permitir boa condição de vida para o número tão grande de idosos que, agora, ali vivem. Várias análises econômicas mostram as vantagens de ter mão-de-obra baseada na imigração. Por que, então, não organizar um fluxo migratório de famílias cujos países estão enfrentando guerras loucas, cruentas, e sem sentido? Assim, fez o governo de São Paulo no início do século 20 quando chegaram aqui, de forma relativamente organizada, cerca de 6 milhões de imigrantes europeus. Assim, aconteceu com os imigrantes que entraram no Brasil ao longo do século XX, sendo que pertenciam a este fluxo grupos provenientes justamente de países que, agora, estão se recusando a acolher os prófugos. Húngaros, alemães, italianos, austríacos, judeus, espanhóis, belgas, japoneses etc. fugindo de seus países em decorrência das guerras, da fome, da miséria, da violência nazista, foram acolhidos no Brasil ao longo de todo o século XX, e aqui conseguiram reconstituir suas vidas. Sem duvida, o Brasil também se beneficiou do trabalho e das tradições culturais que eles traziam, para seu crescimento; mas todos, também eles, puderam encontrar aqui sua morada, sua nova terra.
O quadro atual revela o quão grande é o egoísmo, a visão mesquinha, a perda de sua própria memória histórica, no velho continente. Com certeza, a laicização da Europa tem contribuído a uma perda grave de suas raízes cristãs. Elas foram constitutivas de sua identidade e a perda delas explica, em grande parte, a atual desintegração das consciências e das ações. Existe uma profunda continuidade quanto ao descaso pela vida humana entre a mentalidade dos países europeus que tem apoiado a eutanásia em seus parlamentos e a posição de cinismo e indiferença (que chega a ser crueldade) da recusa em acolher os prófugos.
E mais, a ONU tem pedido insistentemente para os governos dos países da União Europeia receberem os imigrantes e abrirem as portas. Tem feito várias propostas e exortado a esses países de se organizarem, mostrando que as políticas de aumento de repressão aos imigrantes, só tem conseguido aumentar o número de traficantes de pessoas, o seu ganho e a crueldade de todo esse processo; sem, contudo, conseguir diminuir o número dos que se arriscam, pois não tem nada a perder deixando seus países de origem.
O que nós brasileiros podemos fazer? Nós que vivemos tão longe geograficamente dessa tragédia humana que cresceu em 2015, e não mostra sinais de arrefecimento?
Em primeiro lugar, podemos rezar e promover movimentos e gestos de solidariedade neste sentido nas Igrejas e na realidade sociocultural como um todo. Podemos pedir ao Senhor que, na Sua infinita misericórdia, mude a sorte de tantos refugiados, abra espaço para eles. Podemos pedir que este mal do nosso tempo termine. Podemos pedir que Nossa Senhora interceda pelos europeus e comova o coração de pedra dos cristãos da primeira hora. Que o povo europeu pressione os seus governos para abrir as portas, colocar mais água no feijão, e não para aumentar as barreiras como tem acontecido. Nós sabemos que o Senhor responderá a quem pede com insistência e comunitariamente.
Em segundo lugar, podemos reafirmar a memória e a consciência da experiência bela de acolhimento do outro que fez e faz do Brasil um país aberto a todos os povos. Lembrar e reafirmar isso, contra a tendência do individualismo e da indiferença que também está se difundindo entre nós. Podemos, com esta consciência, mostrar à Europa e ao mundo que acolher o outro que pede abrigo e refúgio sempre pode reverter em bem para si e para a sociedade.
Desfilam, diariamente, diante dos nossos olhos, nos jornais, fotos de crianças, mulheres, homens jovens, idosos que pagam cifras que valeriam o preço de uma casa, um carro, para serem transportados por traficantes para a Europa, ao fugir de suas terras avassaladas pelas guerras, o ódio, a destruição e a perseguição religiosa. Situações desesperadoras desencadeadas por diferentes causas; mas em todas elas agiram interesses econômicos e políticos das grandes potências, que em muitos casos agora assistem quase como espectadores ao desastre que elas próprias desencadearam com suas políticas militares orientadas pela conquista da matéria prima (ex.: os poços de petróleo), como também por suas políticas econômicas armamentistas onde a fabricação e o comércio de armas é item prioritário. Está ficando evidente agora o custo humano, social e cultural de tudo isto. Custo que exige ser assumido pela comunidade internacional corresponsável pela situação que se criou.
Os fugitivos perderam tudo, deixaram trabalho, escola, propriedades, empresas, muitas vezes parentes mortos, brutalmente, diante dos próprios olhos. E fogem, andam a pé, atravessam desertos, mares em barcos superlotados, tendo que pagar para não serem colocados no porão e poderem respirar; e mais recentemente, se arriscam ao atravessar as regiões geladas da Antártida sem roupas adequadas. Buscam liberdade, buscam vida, buscam o direito que todo ser humano tem de existir.
Em número já incontável de vezes, lemos que os traficantes de pessoas os abandonam em barcos à deriva, ou eles mesmo afundam os barcos no meio da travessia. Outras vezes, os barcos soçobram durante o resgate por serem muito frágeis e estarem superlotados. Recentemente vimos caminhões abandonados com refugiados mortos dentro, que estavam ali trancados e não puderam escapar. Outros tentam entrar pelo túnel subaquático que liga a França à Inglaterra, mas têm sido pegos ou atropelados. Uma náufraga que não conseguiu sobreviver, ao ser retirada do mar foi encontrada com o terço na mão: só pode ter havido festa no céu quando ela chegou lá, pois nós cristãos sabemos o fim dos injustiçados deste mundo, que Cristo quis, misteriosamente, abraçar carregando-os consigo na cruz.
Calcula-se que sejam 60 milhões de refugiados. Um número ímpar, mesmo em relação à Segunda Guerra Mundial. Muitíssimos são cristãos, de minorias étnicas ou de várias religiões minoritárias. Não há pobreza maior do que ser um refugiado, carregando as suas famílias e crianças só com a roupa do corpo, e não ter para onde ir, não saber falar a língua, não conhecer ninguém...
Os jornais relatam ainda que o número de mortes tem aumentado porque tem-se elevado as medidas de repressão por parte dos países europeus. A Hungria está construindo um muro na divisa da Sérvia para impedir sua chegada. Recentemente, seu premiê chegou a dizer que a divisa serviria "para preservar o bem-estar da Europa". A Checoslováquia está marcando os imigrantes que lá chegam como se fossem gado. Mais de um milhão dos que conseguiram chegar à Europa, foram expulsos. Vários países decidiram diminuir a ajuda de custo para os que conseguiram legalizar sua situação como refugiados. Alguns países europeus têm colocado soldados armados que agem violentamente contra famílias com crianças de colo que chegam ao seu território. Mas, não é só na Europa. Mesmo no Brasil, a vinda dos haitianos após o terremoto que devastou o seu país, tem encontrado muitas hostilidades. Recentemente alguém atirou em vários deles.
A Europa envelhece, falta mão-de-obra, o número de nascimentos só diminui com o maciço controle de natalidade, que inclui milhares de aborto. E assim, o número de europeus encolhe a cada ano. Analistas dizem que a Europa precisa de imigrantes para financiar a aposentadoria e permitir boa condição de vida para o número tão grande de idosos que, agora, ali vivem. Várias análises econômicas mostram as vantagens de ter mão-de-obra baseada na imigração. Por que, então, não organizar um fluxo migratório de famílias cujos países estão enfrentando guerras loucas, cruentas, e sem sentido? Assim, fez o governo de São Paulo no início do século 20 quando chegaram aqui, de forma relativamente organizada, cerca de 6 milhões de imigrantes europeus. Assim, aconteceu com os imigrantes que entraram no Brasil ao longo do século XX, sendo que pertenciam a este fluxo grupos provenientes justamente de países que, agora, estão se recusando a acolher os prófugos. Húngaros, alemães, italianos, austríacos, judeus, espanhóis, belgas, japoneses etc. fugindo de seus países em decorrência das guerras, da fome, da miséria, da violência nazista, foram acolhidos no Brasil ao longo de todo o século XX, e aqui conseguiram reconstituir suas vidas. Sem duvida, o Brasil também se beneficiou do trabalho e das tradições culturais que eles traziam, para seu crescimento; mas todos, também eles, puderam encontrar aqui sua morada, sua nova terra.
O quadro atual revela o quão grande é o egoísmo, a visão mesquinha, a perda de sua própria memória histórica, no velho continente. Com certeza, a laicização da Europa tem contribuído a uma perda grave de suas raízes cristãs. Elas foram constitutivas de sua identidade e a perda delas explica, em grande parte, a atual desintegração das consciências e das ações. Existe uma profunda continuidade quanto ao descaso pela vida humana entre a mentalidade dos países europeus que tem apoiado a eutanásia em seus parlamentos e a posição de cinismo e indiferença (que chega a ser crueldade) da recusa em acolher os prófugos.
E mais, a ONU tem pedido insistentemente para os governos dos países da União Europeia receberem os imigrantes e abrirem as portas. Tem feito várias propostas e exortado a esses países de se organizarem, mostrando que as políticas de aumento de repressão aos imigrantes, só tem conseguido aumentar o número de traficantes de pessoas, o seu ganho e a crueldade de todo esse processo; sem, contudo, conseguir diminuir o número dos que se arriscam, pois não tem nada a perder deixando seus países de origem.
O que nós brasileiros podemos fazer? Nós que vivemos tão longe geograficamente dessa tragédia humana que cresceu em 2015, e não mostra sinais de arrefecimento?
Em primeiro lugar, podemos rezar e promover movimentos e gestos de solidariedade neste sentido nas Igrejas e na realidade sociocultural como um todo. Podemos pedir ao Senhor que, na Sua infinita misericórdia, mude a sorte de tantos refugiados, abra espaço para eles. Podemos pedir que este mal do nosso tempo termine. Podemos pedir que Nossa Senhora interceda pelos europeus e comova o coração de pedra dos cristãos da primeira hora. Que o povo europeu pressione os seus governos para abrir as portas, colocar mais água no feijão, e não para aumentar as barreiras como tem acontecido. Nós sabemos que o Senhor responderá a quem pede com insistência e comunitariamente.
Em segundo lugar, podemos reafirmar a memória e a consciência da experiência bela de acolhimento do outro que fez e faz do Brasil um país aberto a todos os povos. Lembrar e reafirmar isso, contra a tendência do individualismo e da indiferença que também está se difundindo entre nós. Podemos, com esta consciência, mostrar à Europa e ao mundo que acolher o outro que pede abrigo e refúgio sempre pode reverter em bem para si e para a sociedade.
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