segunda-feira, 30 de março de 2015

A injustiça e a misericórdia

Semana Santa: enquanto tudo faz com que não pensemos em Cristo, a memória de um amor por nós sem medidas ao ouvir os "Responsórios" da Semana Santa de Victoria. 

Tenebrae Responsories - Caligaverunt


Tenebrae Responsories - Amicus meus


Tenebrae Responsories - Eram quasi


Tenebrae Responsories - Animam meam

Por Luigi Giussani

Se tivéssemos escutado sempre e somente rock, ou músicas semelhantes, precisaríamos de um tempo antes de entender a música clássica [1]. Num primeiro impacto não a entenderíamos. Seria como quando o meu falecido pai me arrastava, ainda pequeno, para escutar a música polifônica, que ele gostava muitíssimo, e eu ficava todo irritado, porque no meio daquela que me parecia uma enorme confusão de notas, de vozes, não via a ordem, isto é, não intuía a chave. A primeira vez que comecei a entender alguma coisa foi, aos treze anos, no dia em que ouvi um coro entoando o Caligaverunt de Victoria. Depois das primeiras notas, assim que entrou a segunda voz, tive a chave para compreender. E, desde então, gostei sempre mais da polifonia. Toda.

quarta-feira, 18 de março de 2015

Jovens que fogem para o Estado Islâmico: a busca radical do absoluto e o esgotamento do relativismo e do niilismo modernos

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As três jovens britânicas de cerca de 15 anos que foram atrás dos bárbaros do Estado Islâmico [1] nos indicam que a cultura de onde vêm está desmoronando. Não tem mais sabor, o fascínio de um tempo. Não tem mais nada a dizer a elas. O que buscam indo à Síria? Algo que, para elas, é mais importante do que salvaguardar a própria vida, como acontece com os homens e mulheres bomba.

A única coisa que não perdemos...

Perseguidos pelo Estado Islâmico, os iraquianos caldeus perderam tudo, menos a vontade de ser cristãos. Apresentamos, a seguir, um trecho de uma conversa com Dom Emil Nona, o Arcebispo caldeu de Mosul, no Iraque, realizado na Fondazione Vasilij Grossman, em Milão, no ano passado.

"... buscamos viver como cristãos. Se se perde isso perde-se tudo. Não somos pessoas boas, por exemplo; não temos tantos relacionamentos bons, não temos uma vida boa - como acontece também aqui e em todas as sociedades -; mas a única coisa que não perdemos é que somos cristãos, tentamos ser cristãos."


segunda-feira, 16 de março de 2015

Desejo de participação, de afirmação da cidadania...

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... é o que vimos nas manifestações de rua desse domingo, 15 de março de 2015. Há 30 anos, este mesmo dia foi cenário da manifestação Diretas já!, que marcou a derrubada da ditadura militar. Ainda hoje, após 30 anos, há a necessidade de afirmar a cidadania contra um poder que a reduz. 

terça-feira, 10 de março de 2015

O debate sobre o impeachment


As manifestações iniciadas com o movimento contra o aumento das tarifas, em 2013, sinalizaram uma crise social. O escândalo do “petrolão”, em 2014, uma crise de ética da vida pública. E o ajuste financeiro proposto pelo governo, no início de 2015, uma crise econômica. Agora, as manifestações pró-impeachment apontam para o agravamento da crise política. É inútil o governo tentar explicar estas manifestações como “manobra da oposição”. A oposição a uma presidente eleita com apenas 51,6% dos votos válidos não é apenas um grupelho político. Dilma, para ter legitimidade com uma diferença de votos tão pequena, tem que demonstrar ser capaz de ser a governante de todos os brasileiros – e não só de seus eleitores – mas parece que está fazendo exatamente o contrário.

segunda-feira, 9 de março de 2015

Publicar ou morrer: o drama do cientista brasileiro

 
A Ciência brasileira vive um momento dramático e que requer uma definição de rumo, com um número crescente de artigos publicados, mas com muito pouco impacto no cenário científico mundial, salvo raríssimas exceções. Estas exceções decorrem, em geral, de trabalhos de cientistas brasileiros que vivem no exterior ou têm forte participação em importantes equipes de pesquisa internacionais. Qual o caminho para mudar essa situação?

quarta-feira, 4 de março de 2015

Quando não é preciso morrer nem de vodca nem de tédio...

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Melhor morrer de vodca do que de tédio”: esta frase de Vladimir Maiakovsky (1893-1930) foi postada no perfil do Facebook do estudante do quarto ano de Engenharia Elétrica da UNESP, Humberto Moura Fonseca; o mesmo jovem que há alguns dias morreu após ter consumido 25 doses de vodca numa festa estudantil [1]. 
Se a vodca serve para fugir da morte por tédio, o que pode levar os jovens com uma vida aparentemente bem sucedida a morrer de tédio?

segunda-feira, 2 de março de 2015

O momento atual: partir de um acontecimento que exalta a dignidade da pessoa

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Diante da conjuntura atual brasileira, dos escândalos de corrupção, das dificuldades na economia, que vão se mostrando dificuldades também para a vida das pessoas, cresce a tendência de adquirirmos uma posição de comodismo frustrado (“o Brasil é assim mesmo”, “os políticos são todos iguais”, etc.) ou de uma raiva que se torna cada vez mais violenta. Sabemos, de antemão, que estas duas posições não constroem, mas, neste contexto, de onde pode nascer uma novidade real, um caminho de mudança?