sábado, 13 de agosto de 2016

O terrorismo não é guerra de religião


No domingo, dia 31 de julho de 2016, aconteceu nas igrejas da Europa um fato significativo e novo que, infelizmente, foi pouco noticiado pela imprensa brasileira: a comunidade muçulmana da Europa participou das missas dominicais, em várias igrejas de diferentes países. Através desse gesto de oração comum, querendo mostrar sua solidariedade com a comunidade cristã atingida pelo assassinado do sacerdote francês Jacques Hamel, de 85 anos, degolado enquanto celebrava uma missa para cinco fiéis em sua igreja em Saint-Ettiénne-du-Rouvray, por dois jovens terroristas. Nesse dia, milhares de muçulmanos se uniram aos católicos em oração para, através de um gesto simples e concreto, “dizer aos nossos irmãos ofendidos, que nós estamos presentes e queremos dar-lhes nosso abraço” (palavras de Yahia Pallavicini, Presidente da comunidade muçulmana na Itália). Padre Jacques era muito atuante quanto ao diálogo inter-religioso e seu assassinato, que pretendia destruir a possibilidade deste diálogo, não logrou o objetivo, pelo contrário: foi a reafirmação de que este diálogo sempre é possível e se renova na medida em que os homens de qualquer crença e religião se colocam diante de Deus, se reconhecem Seus filhos e nesta filiação reencontram a raiz de sua verdadeira e real fraternidade. O gesto do domingo 31 de julho evidencia a falsidade da tese que considera o terrorismo uma guerra de religiões.  

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