quinta-feira, 15 de março de 2018

Em memória de um mártir: para não esquecer


Dez anos atrás, aos 13 de março de 2008, perto do cemitério do distrito de Karama foi encontrado o corpo martirizado de monsenhor Paul Faraj Rahho, arcebispo de Mosul, sequestrado duas semanas antes, por um bando de terroristas islâmicos pouco depois de sair da igreja.
Na ação, o motorista e dois colaboradores que acompanharam Monsenhor Rahho foram mortos.. Para a Igreja no Iraque, é considerado um mártir, afirmou dele o patriarca de Babilônia dos caldeus, monsenhor Louis R. Sako.
Rahho, antes de morrer como mártir, viveu como um mártir por mais de cinco anos (2003-2008). Ele resistiu ao bombardeio de igrejas, aos sequestros de fiéis, às constantes ameaças de morte, também por escrito, contra ele e os fiéis, ao assassinato e à decapitação de sacerdotes e fiéis. Apesar de tudo isso, ele continuou até ao fim pregando o Evangelho sem medo, com coragem e determinação. Na sexta-feira, dia 29 de fevereiro de 2008, quando foi sequestrado, foi rezar a Via Sacra com os fiéis perseguidos da Paróquia do Espírito Santo, que já não tinha um pároco (o padre Ragheed Aziz Ganni, que era pároco, foi morto em 3 de junho de 2007, juntamente com três subdiáconos, Waheed, Basman e Ghasan, depois de celebrar a Santa Missa do Domingo, sendo o motivo da morte sua recusa em fechar a casa de Deus).
Assim, o arcebispo não quis fechar essa paróquia, mesmo depois do assassinato do pároco, mas, ao mesmo tempo, não quis nomear outro padre naquela área porque ele arriscou sua vida. Preferiu arriscar sua própria vida em vez da dos outros. Então, ele realizava na paróquia todos os serviços pastorais. E naquela noite de 29 de fevereiro, após a Via Sacra, os terroristas seguiram o carro do arcebispo e dispararam, matando três jovens cristãos que estavam com ele, o subdiácono Faris, Rami e Samir, e ele foi sequestrado. E depois de duas semanas, no dia 13 de março de 2008, seu corpo sem vida foi encontrado, havia sido torturado e enterrado em uma área isolada em Mosul.
Infelizmente, dez anos depois desse evento dramático, o arcebispo mártir é quase esquecido, não há nenhuma notícia acerca do início do processo para a causa da beatificação. 
Sua arquidiocese de Mosul, pela qual sacrificou a própria vida, foi quase exterminada e sua cidade amada e a planície de Nínive foram destruídas. 

No dia 7 de janeiro de 2008, na igreja de São Paulo, em Mosul, monsenhor Rahho disse: 
Então, queridos irmãos abençoados, convido você a orar. Em primeiro lugar, para que digamos isso: Este é o nosso país. Em segundo lugar, para que digamos que vamos ficar aqui. Nossos antepassados permaneceram aqui apesar de todas as perseguições, e nós também ficaremos porque este é nosso país. Apesar de todo o sangue derramado por sua fé em Cristo, nossos pais e antepassados ficaram aqui. Nesta terra brotou [a fé], e permanecemos e permaneceremos firmes nessa nossa fé. 

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